quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

É TEMPO DE DEMISSÕES NO ENSINO SUPERIOR



Como todos os professores de Universidades, Faculdades e Centros Universitários particulares sabem, dezembro é tempo de demissões no ensino superior. Pior ainda se o professor for mestre ou doutor.

Quanto mais qualificação o professor tiver, mais difícil será para este profissional permanecer no cargo. Um exemplo terrível deste tipo de situação foi o que aconteceu na UNIABC, comprada pelo grupo Anhanguera, no meio do ano de 2011, em que aproximadamente 180 professores, mestres e doutores, foram demitidos da instituição.

Infelizmente, é esta mesmo a situação do docente de ensino superior no país. E isso se dá desde que o governo federal viabilizou a abertura de faculdades e centros universitários particulares desde a época da gestão de Fernando Henrique Cardoso. O MEC neste tempo, ao que parece, só serve como órgão de fiscalização para ver se a universidade tem capacidade de abrir, exigindo um número mínimo de professores mestres e doutores. 

Depois que a instituição é reconhecida, estes professores são sumariamente demitidos, visto que não tem mais serventia, já que tudo o que a instituição precisava era de seu diploma, e não de seu conhecimento. O MEC não volta a fiscalizar por no mínimo 4 anos, e só depois deste tempo é que os professores com mestrado e doutorado são contratados, pois daí a instituição terá outra visita oficial para reconhecimento de seus cursos.

E é nessa montanha russa que o professor se encontra,  entre a contratação e a demissão, já que um profissional especializado custa caro para os centros educacionais de ensino superior. E isso acontece também no mundo da Educação à Distância.

O Tutores EAD também são alvo das demissões em massa no final do ano. Seja pelo aperfeiçoamento dos programas voltados ao EAD, fazendo com que um número mínimo de tutores possa mediar o estudo de centenas de alunos, seja pela sobrecarga de atribuições dada a um único tutor. Sem falar nos baixos salários, ou na redução dos mesmos, onde a maioria dos professores não recebem por seu título, mas acabam aceitando por não encontrar outra vaga de emprego.

Infelizmente é esta a situação do professor que trabalha no ensino superior particular no Brasil. É só perguntar para qualquer professor da área para constatar. Estamos todos sujeitos a baixos salários, a não termos nossos diplomas reconhecidos, à falta de estrutura das instalações das instituições superiores, e à angústia de sempre ao final do ano não sabermos se teremos emprego no próximo ano letivo.  

Eu realmente não sei onde está o MEC e do Ministério do Trabalho que não fiscaliza esta situação vexatória que os profissionais do ensino superior estão sujeitos. 

Se o Brasil quer crescer no ranking mundial de educação, não é só facilitando as pessoas a terem diploma, e sim, fazendo com que estas tenham seu diplomas, mas através de uma educação de qualidade. 







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